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Arquitetura de Software

A Escolha do ORM: Active Record vs. Data Mapper vs. SQL-first

Active Record, Data Mapper ou SQL-first? A escolha do ORM define a arquitetura do seu projeto. Entenda as diferenças entre os principais padrões de design de ORMs como Sequelize e Hibernate e a nova abordagem do Drizzle, que prioriza o SQL e a segurança de tipos. Descubra qual deles é o ideal para o seu próximo projeto.

15 de agosto de 2025
5 min
Por Josué Alves de Oliveira
#Backend#Banco de Dados#Best Practices
A Escolha do ORM: Active Record vs. Data Mapper vs. SQL-first

A Escolha do ORM: Active Record vs. Data Mapper vs. SQL-first

A escolha do Object-Relational Mapper (ORM) é uma das decisões mais importantes ao iniciar um novo projeto. Um bom ORM(ou melhor, o mais adquado para seu projeto) pode acelerar o desenvolvimento, enquanto uma escolha inadequada pode levar a problemas de performance e manutenção no futuro. Neste post, vamos explorar os principais padrões de design de ORM, suas filosofias e onde as ferramentas mais populares do mercado se encaixam.


Os Padrões Tradicionais: Active Record e Data Mapper

Esses dois padrões de design são a base da maioria dos ORMs há décadas. Eles surgiram como uma forma de abstrair o SQL e permitir que os desenvolvedores interajam com o banco de dados usando objetos da linguagem de programação.

Active Record

A filosofia do Active Record é simples e direta: cada objeto no seu código representa uma linha em uma tabela do banco de dados, e a classe do objeto já vem com a responsabilidade de gerenciar as operações de persistência.

Características:

A lógica de negócio e a de persistência estão na mesma classe.

Objetos têm métodos como user.save(), post.delete(), etc.

Considero a curva de aprendizado baixa.

Exemplos:

Sequelize (Node.js)

Django ORM (Python)

Active Record (Ruby on Rails)

Minha opinião em considerar a curva de aprendizado baixa, não que dizer que os exemplos acima citados não resolva problemas complexos.

Data Mapper

O Data Mapper adota uma abordagem diferente, focando na separação de responsabilidades. Ele usa uma camada de "mapper" ou "repositório" que é responsável por fazer o mapeamento entre os objetos e o banco de dados. Seus objetos de negócio são "puros" e não têm conhecimento de como são persistidos.

Características:

A lógica de persistência é separada da lógica de negócio.

Código mais limpo, modular e fácil de testar.

Ideal para aplicações grandes e complexas que exigem uma arquitetura mais robusta.

Exemplos

Prisma (Node.js)

SQLAlchemy (Python)

Hibernate (Java)

Entity Framework Core (C#)

A Nova Abordagem: SQL-first

Com o crescimento do TypeScript e a busca por performance, uma nova filosofia de design de ORM tem ganhado força: o SQL-first. No momento, o ORM mais conhecido que adota essa abordagem é o Drizzle ORM.

Diferente de Active Record e Data Mapper, o SQL-first não tenta esconder o SQL. Pelo contrário, ele o abraça. A ideia é fornecer um Query Builder que é fortemente tipado, permitindo que você escreva consultas que se parecem muito com SQL puro, mas com a segurança e a autocompleção do TypeScript.

Uma das características mais marcantes do Drizzle é sua abordagem "Code-first, SQL-first". Você define o esquema do banco de dados diretamente em TypeScript, de forma tipada e segura. A partir dessa definição, uma ferramenta de linha de comando (drizzle-kit) analisa seu código e gera arquivos de migração SQL transparentes, permitindo que você tenha o controle total sobre o esquema do banco de dados sem precisar escrevê-lo manualmente.

Exemplo Prático com Drizzle:

typescript
// 1. Definição do Esquema com TypeScript (schema.ts)
import { pgTable, serial, text, timestamp } from "drizzle-orm/pg-core";

export const users = pgTable("users", {
    id: serial("id").primaryKey(),
    name: text("name").notNull(),
    email: text("email").notNull().unique(),
    createdAt: timestamp("created_at").notNull().defaultNow(),
});

A partir desse código, o drizzle-kit geraria o SQL para criar a tabela. Para interagir com ela, usamos o Query Builder de forma tipada:

typescript
// 2. Executando uma Query com o Drizzle
import { drizzle } from "drizzle-orm/postgres-js";
import postgres from "postgres";
import { users } from "./schema";
import { eq } from "drizzle-orm";

const client = postgres("sua_string_de_conexao");
const db = drizzle(client);

// Inserir um novo usuário
const newUser = await db.insert(users).values({
    name: "João da Silva",
    email: "joao@exemplo.com",
}).returning();

// Buscar um usuário pelo ID
const foundUser = await db.select().from(users).where(eq(users.id, 1));

Nesse código, o Drizzle une a familiaridade da sintaxe SQL com o poder do TypeScript, tornando a experiência de trabalhar com banco de dados mais segura e produtiva.

Características:

Foco no SQL: A sintaxe do Drizzle é intencionalmente parecida com SQL.

Definição de Esquema em TypeScript: Você define o seu esquema de banco de dados diretamente no código, de forma tipada e segura.

Geração Automática de Migrações: O drizzle-kit gera arquivos SQL de migração a partir da sua definição em TypeScript.

Performance: Por se manter mais próximo do SQL, ele gera queries otimizadas e previsíveis.

Zero-runtime overhead: O Drizzle não carrega código extra em tempo de execução, o que o torna extremamente leve.

Exemplos

Drizzle ORM (Node.js/TypeScript)

Resumo e Conclusão

A escolha do ORM ideal depende do seu projeto e estilo de desenvolvimento.

PadrãoVantagensDesvantagensQuem usa
Active RecordSimples, rápido para CRUDs.Mistura lógica, difícil de testar.Sequelize, Django ORM
Data MapperSeparação de responsabilidades, código limpo.Maior curva de aprendizado.Prisma, SQLAlchemy, Hibernate
SQL-firstPerformance, segurança de tipos, controle total.Não abstrai o SQL por completo.Drizzle ORM

A escolha do ORM ideal depende do seu projeto e estilo de desenvolvimento, e é uma parte crucial do planejamento de arquitetura.

Se você busca rapidez e simplicidade em projetos menores, o Active Record pode ser a melhor opção. Se a arquitetura e a manutenibilidade em longo prazo são suas prioridades, o Data Mapper é uma escolha sólida. Já para aqueles que querem o melhor dos dois mundos — performance do SQL puro e a segurança de tipos do TypeScript — o Drizzle ORM e a filosofia SQL-first são a tendência do momento.

Contudo, é importante ressaltar que a escolha de um ORM ainda não é universal. O mercado hoje exige que você escolha a ferramenta que melhor se adapta à sua linguagem e às necessidades específicas do projeto. Olhando para o futuro, talvez a "solução perfeita" não seja um único ORM, mas sim um framework que permita escolher e combinar o melhor de cada padrão. Um mundo onde poderíamos pegar a simplicidade do Active Record, a organização do Data Mapper e a performance do SQL-first para construir a ferramenta ideal para cada cenário. Acredito que estamos caminhando nessa direção, e os ORMs que temos hoje já são um ótimo ponto de partida.

Josué Alves de Oliveira

Josué Alves de Oliveira

LinkedIn

Evangelista de TI e Gerente de Projetos com mais de 25 anos de experiência, se destaca na arquitetura e na evolução de sistemas complexos. Como Tech Lead e Arquiteto de Soluções, é apaixonado por liderar equipes de produtos e serviços e por aplicar inovações, como IA, para resolver problemas de negócios de forma pragmática.

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